09 maio, 2011

ARTEIRO

Arteiro era um gatinho preto, que apareceu no quintal, e  Célia deu-lhe o nome de Arteiro.
Pois a primeira arte que fez foi enfiar as patinhas na cesta de costura da mamãe  e enroscá-las na linha, desenrolar o carretel, puxá-lo para fora e embrulhar-se todo na linha já embaraçada.Um dia, ele pulou e puxou a ponta da toalha da mesa e subiu por ela, pondo-se todo contente bem no centro da mesa!
Era tão pretinho e engraçado sobre a toalha alva, que até a mamãe não pode deixar de rir ao tirá-lo de lá, dizendo que ali não era lugar para gatinhos!
Ele precisa tomar umas lições de boas maneiras.
Disse Rosália:
Mas como ele aprenderá, se não entende o que dizemos?

Papai gostava do Arteiro também.
Quando estava em casa à tarde, deixava que o gatinho lhe subisse pelas pernas, e se aninhasse no alto dos seus ombros.
 Depois o levava consigo até à biblioteca, e o  ajeitava na mesa, onde ele tirava um bom sono.
Mas quando não queria dormir, o Arteiro fazia artes:
 Mexia nos papéis e um dia ele pulou na escrivaninha e passou um tempo delicioso espalhando penas e lápis pela sala toda.
Mas quando entornou o tinteiro, mamãe disse:
Não há jeito, precisamos ensinar boas maneiras ao Sr. Arteiro, ou então conservar a escrivaninha sempre fechada”.
O melhor é fechar a escrivaninha”, disse Rosália que achava que o Arteiro era muito pequeno para aprender boas maneiras.
Um dia, papai estava muito ocupado e chegou tarde para o almoço. As crianças almoçaram e estavam prontas para ir à escola.Antes de almoçar, preciso ver o jornal, disse o papai.
 Não tive tempo de correr os olhos pelas notícias esta manhã!”.
Ele abriu o jornal e começou a ler, quando...

Papai, olhe! Gritou Rosália”, Olhe, papai!”.
Papai afastou o jornal, sobre a mesa, saboreando placidamente seu prato!

Será possível!
Exclamou a mamãe!

 Este gatinho tem que aprender bons modos!
”Ela retirou o gatinho de lá, levou-o para o “hall”, fechou a porta e trocou o prato do papai”.
Papai simplesmente riu.
Mamãe esqueceu-se do Arteiro enquanto tirava a mesa e derrepente, lembrou-se.
“Ora! Esqueci-me do gatinho lá no hall!”.
Ela foi procurá-lo.

Nem sinal de gatinho no “hall”!
Ela chamou, chamou, mas o Arteiro não apareceu e procurou-o pela casa toda, e nada do Arteiro!
Quando as meninas voltaram da escola, a mamãe disse-lhes:


 



“Coitado do Arteiro!
 Procurem-no pelo quintal eu não quero que ele passe a noite fora e sozinho!”.
As crianças procuraram e procuraram...
Perguntaram aos vizinhos, e nada.
Ninguém vira o Arteiro.
“Papai ficará triste quando souber do desaparecimento do Arteiro.
 Disse Rosália.
“Vou tentar mais uma vez.
Vou olhar por toda parte”, disse Célia ,mas não encontraram o gatinho..
As crianças estavam tristes quando papai chegou para jantar.
“Papai, Arteiro sumiu-se”, disseram elas.
Papai riu gostoso
“Olhem aqui!
 Disse ele e enfiou a mão no bolso do sobretudo e retirou de lá o gatinho preto!
“O Arteiro!”
Gritaram as crianças, correndo ambas para pegá-lo.
Onde você o encontrou; perguntou mamãe.
Papai contou que já estava na metade do caminho para a cidade, quando, ao tirar, o lenço do bolso, deu com o gatinho que dormia sossegadamente no seu bolso.
Quando mamãe levou-o para o “hall”, ele subiu no, sobretudo do papai e acomodou-se num dos bolsos.
“Que fez com ele, papai?”
Perguntou Célia.
“Levei-o para o escritório, naturalmente”, disse ele; 
 Não muito bem ,brincou com todos e dormiu no cesto de papel.
 E ainda se fala em ensinar-lhe boas maneiras!
Vamos tratá-lo como a um cavalheiro, e mais tarde verão que ele será o melhor e mais ajuizado gato do mundo!”.